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Ebola e os cachorros

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o vírus Ebola já matou um total de 3400 pessoas em países africanos e está agora a surgir na Europa e nos Estados Unidos da América.
 
Ebola, igualmente conhecido como a febre hemorrágica de Ebola ou a doença viral de Ebola, é uma doença rara e mortal causada por uma das tensões do vírus de Ebola. Este agente viral é considerado como um micróbio patogénico do protótipo da febre hemorrágica viral, com taxas de fatalidade altas nos seres humanos e nos primatas. O reservatório natural de vírus de Ebola permanece desconhecido, embora os bastões pareçam ser o reservatório mais provável. As Infecções com vírus do ebola são caracterizadas pela supressão imune e uma resposta inflamatório severa.
 

cachorro ebola
O cachorrinho da enfermeira que contraiu Ebola.
Recentemente, um cão que pertencia a uma enfermeira infetada com o vírus, na Espanha, foi sacrificado. A eutanásia do cão da auxiliar de enfermagem Teresa Romero levanta questões sobre o papel dos animais de estimação na transmissão da doença, enquanto a propagação do vírus por animais selvagens já é mais bem conhecida.
 
Na África, a infecção foi constatada após a manipulação de chimpanzés, gorilas, ou outros símios, doentes ou mortos, assim como a partir de antílopes e porcos-espinhos. Além disso, a infecção pode se originar de morcegos, vistos como um “reservatório natural” provável do vírus ebola. A transmissão do animal para um morador que viva perto da floresta constitui o ponto de partida de uma epidemia. Ela se propaga, então, na população, diante da falta de medidas preventivas, por meio de fluidos corporais, como sangue, material fecal e vômito, dos doentes, ou de seus cadáveres.
 
No estado atual do conhecimento, não há nenhuma prova científica de que os animais domésticos tenham um papel ativo na transmissão da doença aos humanos. Um estudo publicado em 2005 demonstrou a exposição de cães ao vírus durante uma epidemia no Gabão (2001-2002). Depois de analisar várias amostras de sangue de cachorros, os cientistas observaram que havia uma pequena porcentagem de cães que apresentaram reações imunológicas, mas não apresentaram sintomas da doença e não morreram. Demonstrou-se que o ebola estava em seu sistema imunológico, mas em nenhum momento o estudo constatou que os humanos foram à origem da transmissão. Apesar de o estudo demonstrar a presença de anticorpos para o ebola em cães, ainda não sabem se isso é relevante.
 
Há pouco tempo também a American Veterinary Medical Association (AVMA) garantiu que apesar de vários cães testados na África terem tido resultados positivos para a presença do vírus, nenhum demonstrou sinais de infeção. Não existem estudos demonstrando cães que tenham transmitido ebola para pessoas. Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs) americanos, afirmam que nenhum caso de animal de estimação (cão, ou gato) doente foi registrado.
 
A eutanásia do cão de Madri ocorreu, portanto, no quadro do “princípio da prevenção”, segundo a OIE. Do ponto de vista de biossegurança, sacrificar o cachorro foi a melhor decisão, dura e triste, mas não havia outra opção.
O caso do cão Excalibur era uma oportunidade de estudo “única”, declarou à AFP Eric Leroy, diretor-geral do Centro Internacional de Pesquisas Médicas de Franceville, no Gabão.
 
“Um acompanhamento virológico, biológico e médico poderia ter sido feito para trazer um grande número de informações importantes”, alegou o pesquisador, que há anos reivindica estudos complementares sobre os cães.
 

Drª Juliane Seixas

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Graduada em Medicina Veterinária pela PUCPR (2012), atualmente trabalha com Clínica e Cirurgia de Animais de Companhia.

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