Sempre tive muitas dúvidas sobre a castração, desde o pré-operatório até o pós-operatório. Amanhã a Pandora vai castrar e resolvi criar esse artigo, relatando tudo sobre a cirurgia dela, para ajudar pessoas que ainda não sabem sobre isso.
Antes da castração
Bem, pesquisei MUITO um veterinário que eu sentisse confiança, que me deixasse segura e principalmente que fizesse questão de realizar os exames necessários antes da cirurgia. A maioria das veterinárias que levei a Pandora me diziam que não precisava fazer eletrocardiograma (exame do coração) porque ela é filhote (7 meses) e é MUITO raro acontecer alguma coisa com filhotes na cirurgia. Bem, “muito raro” não é impossível e vai que a Pandora tem um problema no coração que eu não saiba. Negativo, eu queria fazer todos os exames necessários para que a cirurgia corresse o mais seguramente possível.
Pandora fez os seguintes exames:
– Sangue completo (glicose, hemograma)
– Eletrocardiograma (exame do coração)
Dados da Pandora:
– 7 meses e 25 dias
– 9,8 kg
Fiz questão de castrá-la antes do primeiro cio, coisa que sempre insisto em explicar pra todo mundo que possui fêmeas. Eu falo sobre isso nesse artigo.
Levei a Pandora em uma consulta inicial para a veterinária pedir os exames e examiná-la clinicamente e marquei a cirurgia para 15 dias depois.
Pré-operatório
A veterinária disse que a Pandora precisaria ficar 12 horas de jejum alimentar e 6 horas de jejum de água. Como a cirurgia seria às 14h, dei comida pra ela 1h e cortei a água às 8h. Por indicação veterinária o ideal era que ela tomasse banho no dia da cirurgia de preferência, para chegar limpinha ao centro cirúrgico.
No dia da cirurgia, dei banho bem cedinho na Pandora e a levei meia hora antes pra clínica. A Dra. me explicou como seria todo o procedimento (de novo, pois ela já tinha me explicado), tudo que ia acontecer com a Pandora e todas as possíveis reações. Ela aplicou uma injeção/calmante na Pandora pra ela ficar mais tranquila antes de ser sedada e eu a deixei lá. Isso era mais ou menos 15h.
Confesso que saí de lá com o coração na mão, com muito medo que o pior acontecesse, mesmo sabendo que a chance é de 0,5%, ainda mais com anestesia inalatória. Assim que a Pandora abriu os olhinhos da cirurgia, a Dra. me ligou, isso era mais ou menos 16h. Fiquei muito mais calma, tinha dado tudo certo!
A cirurgia de castração em fêmeas
A cirurgia é muito tranquila e quase não oferece riscos. Pandora foi anestesiada com anestesia inalatória (muito mais segura) e o corte foi feito um pouco abaixo do seu umbigo. O corte tem apenas 3cm (eu achei que eles abriam a barriga toda!) e a Dra. conseguiu fazer pontos internos, ou seja, a cicatriz deve ficar bem discreta. Ela puxa os órgãos (útero, ovário e trompas) com uma pinça, faz a sutura e está feita a cirurgia, que dura em média 40 minutos. Um procedimento super simples, que todo mundo acha que é um bicho de sete cabeças (inclusive eu achava). É muito importante que a anestesia seja inalatória, principalmente para cães braquicefálicos.
Confira as fotos:
Atenção: as fotos não foram tiradas por mim, o proprietário não acompanha a cirurgia. As fotos foram tiradas pela equipe da veterinária.
Pós-operatório – o que esperar depois da castração
Dia 0
Bem, a clínica só liberou a Pandora pra eu ir buscar depois que ela estava 100% acordada e andando. Isso foi por volta das 18h. Eu estava muito ansiosa pra ver a minha bichinha depois da cirurgia. Cheguei lá, ela estava de roupinha cirúrgica e super “grogue”, mal sabia onde estava e o que estava acontecendo. Efeito normal da anestesia.
Levei a Pandora pra casa e coloquei na caminha dela. A veterinária disse que ela poderia vomitar, pois a anestesia provoca náuseas. E também falou pra não tirar a roupinha até a retirada do curativo, que será dia 28/09.
Pandora estava super pra baixo, deitou na caminha e dormiu, dormiu, dormiu. À noite ela vomitou, conforme previsto pela veterinária, e depois continuou dormindo. Às 22h eu deveria dar os remédios indicados (um antibiótico de 12 em 12 horas por 10 dias, um anti-inflamatório de 24 em 24 horas por 5 dias e Novalgina de 12 em 12 horas por 5 dias), porém seria ruim administrá-los com a Pandora de estômago tão vazio (ela ainda estava em jejum desde 01h da manhã daquele dia). A única coisa que a Pandora topou ingerir foi um Biscrok para filhotes. Dei apenas 1 e administrei os remédios. Ela não aparentou estar com dor em nenhum momento.
Quanto à alimentação, a indicação da vet é oferecer MUITO aos poucos, por exemplo, 5 grãos de ração, depois de meia hora mais 5 grãos… até ela ir voltando a comer normal. Se der a ração de uma vez, o estômago rejeita e ela vai vomitar tudo. O mesmo pra água, tem que dar bem pouquinho.
Dia 1
Pandora acordou ainda no baque da cirurgia, não estava feliz e contente como sempre foi, principalmente pela manhã. Estava sonolenta, querendo dormir, mas já caminhando pela casa. Ofereci 1 Biscrock (não aceitou a ração) e dei os remédios da manhã. Ela voltou a dormir logo depois.
A tarde dei mais uns 10 grãos de ração. Pandorinha comeu tudo e ficou me olhando: “cadê o resto?”
Dia 2
Hoje eu aumentei um pouquinho a quantidade de ração. A médica falou que era pra dar bem aos poucos pro estômago dela não rejeitar. Dei uns 50g de ração e ela ficou me olhando com aquela cara. Duas horas depois dei mais um pouco e fui dando aos pouquinhos até de noite. Ela vomitou apenas no dia da cirurgia mesmo, depois não vomitou mais, porque fiz tudo como a veterinária mandou. Eu estava preocupada porque ela não estava bebendo água. Eu dava um pouquinho com o dedo, ela lambia meu dedo mas não chegava sozinha na água. Como estava dando Dipirona com uma seringa junto com água, ela acabava tomando água sem querer mesmo.
Dia 3
Pandora já come normal e bebe água normalmente. As fezes não ficaram alteradas em nenhum momento, sempre sequinhas e durinhas. Xixi normal também. Ela só não brinca nem corre muito, anda com um pouco de dificuldade, mas é normal da cirurgia. A veterinária recomendou que ela não suba em nenhum móvel (ela já não sobe, eu não deixo) nem faça atividade física pesada para não abrirem os pontos.
Dia 4
Pandora já está 100%, nem parece que castrou. Acorda toda feliz, fica querendo brincar… Tenho que ficar acalmando ela para ela não se ajeitar muito, por causa dos pontos. Eu noto que ela tenta coçar os pontos da barriga com a pata de trás, sempre que vejo eu repreendo ela, para que ela pare. Ela ainda está de roupinha e curativo, vai tirar tudo no sábado.
Dias 5 e 6
Realmente nem parece que operou. Ela se coça cada vez menos e brinca normalmente, embora eu tente evitar coisas muito agitadas. A carinha de magoada das fotos anteriores não existe mais, ela voltou a ser a mesma Pandora de antes. 🙂
Vou postar aqui até sábado, dia 28/09/2013, que é o dia que ela tira a roupinha e o curativo. Vou postar uma foto de como ficou a cicatriz.
Dias 7 e 8
Pandora sente muita coceira no local do corte. Ela não tenta coçar, mas fica andando encostada na parede e se esfregando. Dá muita peninha e tento distraí-la com algum petisco ou brinquedo que ela goste, pra tirar a atenção da coceira. Ainda bem que amanhã ela tira o curativo e a roupinha e, tomara, ganha alta para voltar a passear e brincar com os amigos no parque.
Hoje chegaram os cascos de vaca que comprei pela internet. Ela simplesmente AMOU. Eles tem um pouco de cheiro mas não notei diferença no hálito dela. Um ótimo passatempo!
Dia 9
Hoje foi o dia de tirar o curativo e ver se estava tudo ok pra receber alta da veterinária. A pele ficou um pouquinho irritada por causa do esparadrapo, mas nada que o tempo não cure. A médica disse que a cicatriz vai ficar cada vez mais baixinha e vai se misturar com a pele, mal vai dar pra ver.
Fomos comemorar no parque!
Veja porque você deve castrar seu cachorro MACHO: